domingo, 11 de abril de 2010

Manual para o Grupo

1 – INTRODUÇÃO
Conscientizando-nos de que somos Bodhisattvas da Terra com a missão de Cerejeira, tornemo-nos,
“Modelo de Mulher” em: disciplina, elegância, boas maneiras, humanismo, senso de responsabilidade e
missão.
Apresentamos os principais procedimentos que deverão ser respeitadas como normas e ponto primordial
na atuação do seiri. Este manual tem como objetivo, auxiliar na consulta de todas integrantes do Grupo
Cerejeira da BSGI e todas as informações e decisões contidas neste, foram formuladas e definidas pelo
grupo e coordenadoras e aprovação da Divisão Feminina de Jovens da BSGI.
O manual somente poderá ser reproduzido para treinamentos do Grupo Cerejeira ou em qualquer outra
ocasião somente com a prévia autorização do grupo.
O zelo e a conservação deste material são de responsabilidade da responsável do Grupo Cerejeira da
localidade.
2 – GRUPO CEREJEIRA DA BSGI
“Oh! Nobres cerejeiras de vidas respeitáveis!
Sois princesas a iluminar de emoção
A vida de todas as pessoas.”
(Daisaku Ikeda)
2.1 - MISSÃO DO GRUPO CEREJEIRA
Proteger a organização, cada membro e o local onde se realiza as atividades;
Ter a consciência de que o bom andamento das atividades da BSGI depende da atuação de
todas as integrantes do Grupo Cerejeira;
Transmitir calor humano e alegria;
Ser uma pessoa confiada pelos membros das quatro divisões;
Tornar uma pessoa exemplar na sociedade e na organização;
Implantar no coração dos membros o sentimento de Mestre-Discipulo.
“Creio que a juventude é a época em que devem exercer ao máximo, o esforço para fazer de toda e
qualquer atividade do dia um passo para o aperfeiçoamento de si mesmo”.
2.2 - FUNÇÃO DO GRUPO CEREJEIRA
Realizar o seiri nos locais de atividades como: Centro Cultural, Sede Regional, Sede Social
Josho, Palácio Memorial, Locais externos/ Colégios e na organização de base.
Preparar o local para o bem estar dos membros (asseio dos toaletes e demais dependências)
Assegurar o bom andamento, bem como do controle e coordenação dos participantes;
Recepcionar e acomodar com carinho os membros e convidados;
Verificar a sala após o termino da atividade, certificando que estará arrumada e limpa para outra
atividade;
Devolver todo material utilizado em seus respectivos lugares e arrumá-los.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Abertura dos olhos


Nitiren Daishonin experimentou uma série de adversidades na inóspita Ilha de Sado, a condição precária de sua cabana não o protegia do vento nem da neve, faltava-lhe alimentos, roupas e materiais para escrita. Além de seu sofrimento físico, ele ficou profundamente abalado ao saber que vários de seus seguidores de Kamakura haviam abandonado a fé. Sentindo que a morte constantemente o ameaçava, Daishonin redigiu este tratado com o propósito de encorajar seus discípulos como se fosse seu último desejo e testamento.

O título “Abertura dos olhos” significa capacitar as pessoas a enxergarem a verdade. Em outras palavras, libertá-las das ilusões e das visões distorcidas e despertá-las para que compreendam o correto ensino e seu correto mestre.


Nitiren Daishonin cita essa frase do Sutra Contemplação da Mente-Solo para elucidar a Lei de Causa e Efeito, que é o conceito central do budismo.
O importante desta citação é o aspecto de que o momento presente em que vivemos decide todo o futuro. Os efeitos do presente se devem às causas do passado e os efeitos futuros surgem a partir das causas que fazemos no presente. Portanto, embora as causas feitas no passado tenham definido o nosso presente, é no momento presente que se define o nosso futuro. Em outras palavras, o budismo ensina que não podemos deixar que as causas passadas definam o nosso futuro.

O propósito dos ensinamentos do budismo está em ressaltar que, seja quais forem as causas passadas, podemos construir um futuro brilhante por meio das causas que fazemos hoje, transformando definitivamente o nosso carma.

O Budismo de Nitiren Daishonin não se limita ao conceito superficial de causa e efeito, de castigo e recompensa, mas, sim, revela a natureza real da causalidade e a forma como podemos recuperar o estado de pureza da vida existente desde o infinito passado.

O segundo presidente da Soka Gakkai, Jossei Toda, afirmava o seguinte: “Nesta época em que vivemos, precisamos de um ensino que nos possibilite, como pessoas comuns que somos, romper os limites desse princípio de causalidade expostos nos ensinos pré-Sutra de Lótus e revelar nossa natureza de Buda inerente. Foi Nitiren Daishonin que, em resposta a essa necessidade, estabeleceu um ensino que nos permite romper as correntes do carma criado em existências passadas e moldar com nossas próprias mãos um destino brilhante e positivo no presente. Daishonin estabeleceu a Lei tal como estava descrita no Sutra de Lótus exposto por Sakyamuni, de uma maneira muito semelhante a um engenheiro que constrói um avião a partir de projetos, possibilitando às pessoas comuns, em seu cotidiano, romperem os limites de suas causas passadas e retornar ao passado inescrutável do tempo sem início. Em outras palavras, devotar nossa vida à Lei Mística e orar o Nam-myoho-rengue-kyo representam o caminho para mudar nosso destino para melhor”. (Terceira Civilização, edição no 433, setembro de 2004, pág. 18.)

Portanto, é neste exato momento que temos a oportunidade de provocar mudanças que irão refletir efeitos positivos em nossa vida assim como em nosso ambiente.

Em outro trecho desse escrito, consta: “É pelos benefícios obtidos de proteger a Lei que essas pessoas podem, nesta existência, diminuir seus sofrimentos e os efeitos de causas passadas”. (END, vol. 4, pág. 202). Essa afirmação nos faz refletir sobre a importância da prática budista. Se a nossa fé brilhar vigorosamente, nunca falharemos em obter o caminho para um grandioso futuro. A chave para criarmos as mais elevadas causas surge a partir do momento em que tomamos fé no Gohonzon e nos dedicamos em prol do Kossen-rufu. Nesse instante, seremos capazes de abrir a porta para um futuro de ilimitada boa sorte. Portanto, independentemente das nossas circunstâncias no presente momento serem boas ou más, devemos nos levantar com a determinação de não sermos derrotados com a convicção de que tudo começa a partir de agora. Assim, poderemos comprovar a prova real do ilimitado potencial da Lei Mística. Eis o verdadeiro propósito da fé no Budismo de Nitiren Daishonin conhecido como o Budismo da Verdadeira Causa.

Em um trecho do Diálogo sobre a Sabedoria do Sutra de Lótus, o presidente da SGI, Daisaku Ikeda, afirma: “O ‘começo’ é exatamente agora. O passado já se foi. O futuro ainda não chegou. Tudo que existe é o momento presente. E o presente torna-se passado num instante. A vida continua de momento a momento. Sentimo-nos felizes num momento, mas no instante seguinte nos encontramos em aflição. É importante considerarmos a própria vida no presente momento como a ‘causa’ para criarmos os efeitos futuros”. (Brasil Seikyo, edição no 1.579, 11 de novembro de 2000, pág. A3.)

Assim, empenhando-nos firmemente na prática budista a partir da determinada recitação do Daimoku, trilhando o caminho da unicidade de mestre e discípulo, podemos realizar sem falha nossa revolução humana, aprimorando a própria personalidade e o senso de humanismo. Um modo de vida embasado nesta decisão e oração possibilita romper a escuridão fundamental de nossa vida, interrompendo o ciclo interminável de um mal que gera outro e, consequentemente, transformando o carma negativo.

Em um discurso, o presidente Ikeda afirma: “O carma negativo é abarcado pelo mundo do estado de Buda e purificado pelo seu poder. Usando uma analogia, o surgimento do estado de Buda é como o nascer do sol. Quando o sol desponta no leste, as estrelas que até então brilhavam intensamente no céu noturno, em questão de instantes, desaparecem, como se não tivessem existido”. (Terceira Civilização, edição no 433, setembro de 2004, pág. 18.)


Termo e Denominação: Sutra Contemplação da Mente-Solo: Sutra que explica que os estados de Buda, bodhisattva, pratyekabuddha, arhat e ouvinte originam-se da mente das pessoas comuns. Por isso, esse sutra compara a mente ao solo, que produz o grão. O sutra também explica sobre os quatro débitos de gratidão — aos pais, a todos os seres, ao soberano e aos três tesouros — e louva os benefícios da observação da mente.

Escute o Daimoku

Escute o daimoku!
Qui, 26 de junho de 2008

sábado, 3 de abril de 2010

Daimoku (significado)

A prática dos ensinos do Budismo de Nitiren Daishonin é a recitação do Gongyo e do Daimoku. Gongyo é a recitação de parte do 2º e o 16º capítulos do Sutra de Lótus; e Daimoku é a recitação de Nam-myoho-rengue-kyo.

Nam - derivado do sâncrito Namas, significa "devotar a própria vida",
Myoho-rengue-kyo - título do Sutra de Lótus, em japonês, o principal ensino do Buda Sakyamuni;

Myo - significa místico, não no sentido de milagre, mas indicando que o mistério da vida é de inimaginável profundidade e, portanto, além da compreensão do homem;

Ho - significa lei. A natureza da vida é tão mística e profunda que transcende o âmbito do conhecimento humano. Uma lei familiar é encontrada no desenvolvimento do ser humano. Ele nasce, cresce, torna-se jovem e depois idoso e falece. Isso é, obviamente, uma inquebrável lei que regula cada espécie da vida. Ninguém pode nascer como adulto nem escapar desse ciclo. Em suma, Myoho significa Lei Mística, que é a realidade imutável e essencial de todos os fenômenos.

Rengue - significa flor de lótus, que simboliza a simultaneidade de causa e efeito, pois a flor e a semente germinam ao mesmo tempo. O budismo esclarece que todos os fenômenos do universo são regidos por essa lei. Portanto, a condição da vida presente é o efeito das causas acumuladas no passado e as ações do presente criam causas para o futuro.

Kyo - significa sutra ou ensino do Buda, que é eterno. Propaga-se pelas três existências da vida - passado, presente e futuro - transcendendo as condições mutáveis do mundo físico e do ciclo de nascimento e morte. Assim, sob o ponto de vista do significado literal, o Nam-myoho-rengue-kyo abrange todas as leis, toda a matéria e todas as formas de vida existentes no universo. Se o expandirmos ao espaço ilimitado, é o mesmo que a vida do universo, e se o condensarmos ao espaço ilimitado, é igual à vida individual dos seres humanos. No entanto, esta idéia é superficial, pois a mera tradução dos caracteres não expõe a profundidade da Lei Mística em sua totalidade.

Não se compreende o budismo apenas racionalmente, mas com a própria vida. Por isso é que se torna impraticável a tradução do Nam-myoho-rengue-kyo para cada idioma. Apenas a título de ilustração, tomemos como exemplo o significado da palavra "Brasil". Com certeza, "Brasil" representa muito mais do que mero significado literal da palavra. Além do samba, da praia e do futebol, "Brasil" contém seu povo, seus costumes, suas tradições, sua língua, a exuberância de sua natureza, seus sertões, seus mares, história, folclore, diversidade de raças e muito mais.

Nam-myoho-rengue-kyo é o Brasil, a Europa, os Estados Unidos, o Japão, o planeta Terra, os seres humanos, os animais, as plantas, as pedras, os rios, mares, os outros planetas, as estrelas e tudo mais no universo. Ao mesmo tempo, Nam-myoho-rengue-kyo é a nossa própria vida.
Tudo se resume unicamente na fé. Ela contém a verdade, a coragem, a sabedoria e a boa sorte. Inclui também a benevolência e a humanidade, bem como a paz, a cultura e a felicidade.
Fé significa eterna esperança; é o segredo para um ilimitado autodesenvolvimento. A fé é o princípio fundamental para o crescimento.

Os seres humanos possuem um instinto inato e inegável de oração. A religião se tornou uma realidade em resposta a esse fato. A oração não surgiu por causa da religião; foi exatamente o contrário.

Há vários momentos em que se pode sentir o desejo de orar: por exemplo, para tirar uma nota boa numa prova ou para que faça tempo bom. Mesmo aqueles que não se consideram religiosos rezam por algo. Apenas o fato de desejarem boa saúde para seus filhos, ou de decidirem se desenvolver de alguma forma, também constitui uma oração, ainda que não queiram chamar isso de oração.

A oração no Budismo de Nitiren Daishonin – a recitação do Daimoku ao Gohonzon – coloca as nossas diversas orações em fusão com a realidade, tendo como base a Lei universal da vida.
O que as pessoas adotam como seu objeto de adoração constitui algo de muita importância. No Japão, algumas pessoas adoram raposas [ de acordo com a crença popular, esse animal possui poderes espirituais ]. Porém, adotando a raposa como seu objeto de adoração, a pessoa faz manifestar somente o estado de animalidade. Isso ocorre pelo fato de a vida da pessoa entrar em fusão com o objeto de adoração, atingindo um estado semelhante ao incorporado nele.

Na verdade, o único meio de realmente despertar para essa maravilhosa prática é experimentá-la na própria vida. É impossível compreender a fé ou a vida somente por meio da teoria ou lógica. A vida não é algo abstrato. Deve ser vivida e sentida. É a história que construímos com nossos esforços e lutas em meio a nossa realidade.

O Gongyo e o Daimoku representam a cerimônia na qual nossas vidas entram em harmonia com o Universo. O Gongyo é uma atividade em que, por meio de nossa fé no Gohonzon, vigorosamente colocamos em fusão o microcosmo de nossa existência individual com a energia vital do macrocosmo, de todo o Universo. Se realizamos isso regularmente a cada manhã e noite, nossa energia vital – nossa máquina – é fortalecida.

O Universo é composto por um incalculável número de partículas elementares: prótons, elétrons, nêutrons, fótons; e também por átomos que compreendem os elementos químicos, tais como hidrogênio, oxigênio e cálcio. Essas mesmas partículas e elementos constituem nosso corpo. Um estudioso sugeriu que " o corpo humano é feito do mesmo material que das estrelas", e denominou os seres humanos de "filhos das estrelas". Nosso corpo não somente é feito da mesma composição do Universo como também é governado pelos mesmos princípios básicos de geração e desintegração e pelo ritmo de vida e morte que permeia o cosmos.

Quando fazemos o Gongyo e o Daimoku diante do Gohonzon, o microcosmo de nossa vida individual entra em fusão com o macrocosmo do Universo.

Alguém poderia perguntar por que a recitação do Daimoku e a leitura do Sutra trazem benefícios mesmo sem se compreender o significado dos caracteres.

Um bebê toma o leite da mãe e se beneficia com esse ato; no entanto, ele faz isso sem conhecer a composição do leite. O mesmo acontece quando recitamos o Gongyo e o Daimoku.

Naturalmente, será muito melhor se compreendermos o significado; porém, isso somente nos ajudará a fortalecer nossa convicção na Lei Mística. Contudo, se tal compreensão não for acompanhada da prática, então ela perderá definitivamente seu significado.

Em 1273, quando estava exilado na ilha de Sado, no Japão, Nitiren Daishonin escreveu uma carta a seus discípulos e seguidores, intitulada "Prática dos ensinos do Buda".

O título "Prática dos ensinos do Buda", literalmente significa praticar em exato acordo com os ensinos do Buda. Há duas interpretações disto. Uma é que Nitiren Daishonin viveu de acordo com os ensinos de Sakyamuni e cumpriu todas as profecias do Sutra de Lótus. Uma outra é que as pessoas dos Últimos Dias da Lei (Mappo) devem cumprir os ensinos de Daishonin. Para Daishonin, o "ensino" foi o Sutra de Lótus exposto por Sakyamuni, e para nós é o Nam-myoho-rengue-kyo das Três Grandes Leis Secretas que Nitiren Daishonin ensinou e também os seus ensinos compilados do Gosho.

Numa outra carta intitulada: "O Verdadeiro aspecto de todas as Leis", Daishonin prediz que o Kossen-rufu (paz mundial) sem falha será alcançado no futuro, e conclui estabelecendo o núcleo da prática budista na era de Mappo(nossa era) para a eternidade – o caminho da fé, prática e estudo.
E.N.D., vol I: "(...) Exerça-se nos dois caminhos da prática e do estudo. Sem estes dois, não pode haver Budismo. Não somente o senhor deve se perseverar, mas também deve ensinar aos outros. Tanto a prática como o estudo surgem da fé. Deve contar aos outros com o melhor da sua habilidade, mesmo que seja somente a respeito de uma única sentença ou frase."

No Budismo de Nitiren Daishonin, o conceito de "prática" é definido pelo princípio de Jigyo keta, cujo significado literal é "prática individual e prática altruística". A prática individual (jigyo) corresponde à leitura diária do sutra (Gongyo da manhã e da noite) e da recitação do daimoku (Nam-myoho-rengue-kyo), com fé no Gohonzon, visando à felicidade pessoal. A prática altruística (keta) consiste em ensinar os outros os benefícios do Gohonzon e a grandiosidade da filosofia budista. Abrange, portanto, o chakubuku, a orientação, as palestras e quaisquer esforços para incentivar alguém a aprofundar sua fé no Gohonzon.

Freqüentemente, ouve-se a queixa: "Como posso incentivar uma outra pessoa quando não consigo fazê-lo a mim mesmo?" Podemos pensar que estamos longe, muito distantes, do ideal do bodhisattva que considera o sofrimento de todos os seres como se fossem seus. Porém, esse ideal pode estar muito mais próximo do que imaginamos.

Por exemplo, neste exato momento cada um de nós, sem exceção, tem algum problema que é uma fonte de frustração ou sofrimento. Nosso serviço é insatisfatório, não sabemos com pagar o aluguel do próximo mês, temos alguma doença grave etc. Há uma diferença muito grande entre nossos ideais e nossa realidade. Nós nos desprezamos. Não conseguimos nos comunicar com outras pessoas. Queremos nos casar e não conseguimos. Somos casados e desejaríamos que não fôssemos. Todos têm a sua origem de sofrimento.

Algumas vezes, as nossas próprias dificuldades podem parecer tão grandes que sentimos não ter condições de considerar o problema de ninguém mais. Nossa formação pode nos dizer que falar dos grandes benefícios do Gohonzon quando nosso coração não os está sentindo seria uma hipocrisia.

Entretanto, o budismo adota uma visão bastante diferente do nosso modo costumeiro de pensar. A atitude budista é que, em vez de esperar para agir quando tivermos sentimentos apropriados, devemos primeiro agir e então os sentimentos virão por si sós. Experimentamos isso, por exemplo, na prática diária do Gongyo. Nem sempre estamos dispostos a fazer o Gongyo. Porém, se mesmo assim sentarmo-nos diante do Gohonzon e começarmos o Gongyo, acabamos sentindo alegria e satisfação. O mesmo é verdadeiro com relação ao encorajamento de outras pessoas na fé. Podemos estar profundamente desanimados com os nossos próprios problemas. Porém, quando nos esforçamos para incentivar uma pessoa ou para falar sobre a existência do Gohonzon para alguém que está sofrendo, percebemos que mesmo antes de terminarmos de falar a nossa tristeza já se dissipou e a nossa esperança reapareceu.

Embora não seja óbvio à primeira vista, há uma vasta diferença no mundo interior de uma pessoa que considera sua prática budista como algo somente para o seu próprio benefício e uma outra que deseja sinceramente compartilhar seus benefícios com as outras. Com a primeira atitude, a pessoa tende a se paralisar. Com a segunda, consegue renovar eternamente a sua esperança, a coragem e a alegria de viver.

Nitiren Daishonin mostra neste Gosho (Prática dos ensinos do Buda) que a verdadeira prática é o chakubuku, isto é, transmitir o Verdadeiro Budismo a muitas outras pessoas, ajudando-as a dirigir suas vidas para a auto-perfeição.

Ele revelou que a iluminação provém da firme fé no Gohonzon e enfatizou a importância da prática para si mesmo – Gongyo e Daimoku. A "Prática dos ensinos do Buda" foi subseqüentemente escrito para esclarecer a importância da prática para os outros – chakubuku.
Qualquer filosofia sem a sua prática é uma idéia morta, e a prática sem filosofia não pode ser senão impulsiva e unilateral. O importante é reconciliar a filosofia com a prática, pois a grandeza de uma filosofia somente é reconhecível quando brilha pelo comportamento e experiência da pessoa. Este Gosho ensina-nos a praticar o Budismo de Nitiren Daishonin com a nossa mente, palavras e ações.

E.N.D., vol. I: "Os que crêem no Sutra de Lótus viverão pacificamente em sua existência e renascerão num bom lugar no futuro". Nitiren Daishonin, contudo, ensina que quando a pessoa pratica seus ensinos, os três poderosos inimigos surgirão sem falhas. Podemos viver uma vida pacífica somente com uma constante luta contra estes três. Ele explica que uma vida pacífica não é uma vida livre da preocupação ou ansiedade, mas uma independente e realizada, isto é, nunca frustrada por quaisquer problemas.

"A prática do Sutra de Lótus é chakubuku, a refutação das doutrinas provisórias."
"A prática dos ensinos do Buda" significa alcançar o Kossen-rufu (paz mundial) através do chakubuku.

Enquanto se viver, existirão infindáveis sofrimentos e lutas como a doença (seja de si próprio ou de um membro da família), a morte, os problemas financeiros, os problemas de relacionamentos, as insatisfações por não poder obter aquilo que deseja, etc. Não há como fugir deles. São realidades da vida.

A prática da fé, o Daimoku, é a força que realiza, infalivelmente, o hendoku iyaku (transformação do veneno em remédio). O sofrimento "veneno" transforma-se no remédio chamado "felicidade". Quanto maiores os problemas e sofrimentos, maior será a felicidade a ser alcançada. Esta é a força do Daimoku e, por esta razão, aquele que recita a Lei Mística não teme nada, pois não há nada o que temer.

Mesmo uma pequena árvore balança a um mínimo de vento. Entretanto, quando transforma-se numa árvore frondosa, não se abala diante de nenhuma tempestade. As pessoas também, se possuírem uma força vital fraca, serão facilmente influenciadas mesmo pela menor brisa de infortúnio.

Não há outro caminho senão o de fortalecermos a nós mesmos. Devemos nos tornar "árvores frondosas" inabaláveis mesmo diante dos mais poderosos ventos e das mais terríveis tempestades. Praticamos a fé de forma a conduzir nossa revolução humana a fim de desfrutar tais vidas e desenvolver tal força interior.

Embora imperceptível aos nossos olhos, uma árvore está sempre crescendo, dia a dia. O nosso Daimoku também, apesar de igualmente imperceptível, diariamente está nutrindo nosso crescimento como uma grande e frondosa árvore de boa sorte.

A Lei Mística é o maior dos tesouros do universo. Portanto, recitar o Daimoku significa estar, diariamente, acumulando tesouros em nossas próprias vidas.

Por outro lado, o Daimoku também age para limpar as causas negativas do passado assim como a água suja e turva é lavada pela água pura e límpida. Entretanto, o processo de limpeza leva tempo. No início, existe um pouco de água turva, ou seja, existe uma luta contra o próprio carma. Uma luta a qual, através da força do Daimoku, já foi consideravelmente amenizada.

Conseqüentemente, perseverar na fé é vital, pois tudo se transformará drasticamente quando a vida de uma pessoa tornar-se completamente purificada. Infalivelmente haverá de se transformar numa existência de "felicidade indestrutível", transbordante de boa sorte e invulnerável a tudo. Tudo se torna prazeroso. Existe satisfação mesmo sem se ter fama ou riquezas. Instante a instante, os momentos serão de pleno contentamento. Tudo parecerá belo e pleno de alegria. Instantaneamente se poderá discernir a verdade e se distinguir o bem do mal. Vocês serão capazes de pensar no bem-estar das pessoas em quaisquer circunstâncias. Este é um estado de espírito que vocês serão capazes de desenvolver através da fé. Por isso, o caminho da felicidade não é, de forma alguma, algo difícil de se encontrar.

Em nosso mundo da fé dedicado à realização do Kossen-rufu, todos os que continuam resolutamente a recitar o Daimoku serão os verdadeiros vitoriosos. Com toda certeza, haverão de desfrutar uma vida de "felicidade absoluta", ou seja, o Estado de Buda.

O fundamental é que, compreendendo este único ponto, suas vidas estarão seguras para toda a eternidade. Além do mais, não existe mais nada de especial além do fato de recitarmos Daimoku. É necessário nos tornarmos pessoas de bom senso, corretas e admiráveis dentro da sociedade.
De fato, praticamos a fé para nos tornarmos cidadãos exemplares, bons pais, bons maridos ou esposas e bons filhos. É um Budismo que possibilita a elevação do próprio estado de vida, permitindo-nos tornar alguém assim.

Será uma completa derrota pessoal se praticarem fervorosamente por apenas algum tempo, com uma "fé de fogo", e, mais tarde, acabarem abandonando a fé. Desafiar a si próprios em pequenos progressos está perfeito. O importante é que vocês desenvolvam uma "fé como água corrente" que flui contínua e incessantemente como um rio que gradativamente aumenta de tamanho até desembocar no vasto oceano.

O Budismo existe para libertar as pessoas, não para restringi-las. O importante é se dedicarem, mesmo um pouco, todos os dias. O alimento que ingerimos diariamente transforma-se em energia para o nosso corpo. Nossos estudos, também, tornam-se um bem valioso quando dedicamos firmes esforços a isso dia após dia. Por essa razão, devemos viver cada dia de forma a nos desenvolvermos continuamente. e a força propulsora para realizarmos isso é o Gongyo.
Num certo sentido, não existe uma prática budista mais simples do que fazer o Gongyo e o Daimoku. não temos que praticar estranhas austeridades como em algumas tradições budistas esotéricas. Também no caso de um mecanismo, quanto mais sofisticada for a tecnologia, será mais fácil operá-lo. Da mesma forma, a superioridade do Budismo de Nitiren Daishonin nos capacita a extrair o estado de Buda por meio da prática mais simples.

No entanto, uma vez que a prática budista é realizada em meio a nossa vida diária, é muito fácil ficarmos com preguiça, ou negligenciá-la. Por isso, talvez não haja nenhuma prática mais difícil do que a da continuidade. Todavia, se desafiarmos para realizá-la um pouquinho mais cada dia, sem perceber teremos construído um caminho para a felicidade na profundeza da nossa vida; teremos construído um sólido dique que impedirá de sermos arrastados para a infelicidade.
O Nam-myoho-rengue-kyo incorpora o nome e a vida de Nitiren Daishonin. Aquele que recita o Daimoku consegue evidenciar o estado de vida do Buda Nitiren Daishonin dentro da sua própria. Certamente haverá de se atingir o Estado de Buda.

Não existem budas que ficam sofrendo eternamente na pobreza. Também não existem budas cruéis ou malvados, como não existem budas fracos que são derrotados na vida. Buda é um outro nome para uma pessoa que está determinada a vencer não importa o que aconteça.

SGI (Soka Gakkai Internacional)


Soka Gakkai (創価学会) é a designação de uma organização não governamental (ONG) que afirma ter como objetivos o estabelecimento da paz, da cultura e da educação. Tem como base filosófica o budismo de Nitiren, religião da qual seus integrantes são praticantes leigos. Possui aproximadamente 15 milhões de membros no mundo.O budismo de Nitiren Daishonin tem como prática principal o Daimoku que consiste na recitação do mantra "Nam-Miyoho-Rengue-Kyo"(南無妙法蓮華経).No início dos anos 90, fortes divergências com a ordem clerical associada, a escola Nitiren Shoshu, levaram a uma separação definitiva entre as duas. Atualmente é uma organização laica, sem uma ordem monástica associada.

Pensamento

Esforço – somente aí se encontra a garantia da vitória, da verdadeira beleza e de uma vida sem arrependimentos. Dedicar-se totalmente enquanto viver é isso o que eu tenho feito. Espero que vocês também conduzam uma existência de completa devoção.

Daisaku Ikeda

Gohonzon

Nitiren Daishonin revelou a Lei que permeia a vida e o Universo, o Nam-myoho-rengue-kyo, e a incorporou na forma de um mandala (pergaminho) chamado de Gohonzon.Para entender a forma como o Gohonzon interage na vida, vejamos a seguinte analogia: Todas as pessoas possuem dentro de si o Nam-myoho-rengue-kyo, ou a natureza de Buda. No entanto, esse estado é invisível e não o enxergamos com os olhos de mortal comum. Da mesma forma que é necessário um espelho para melhor se arrumar, também é preciso de algo para enxergar a natureza de Buda inerente na vida.O Gohonzon pode ser comparado a um “poderoso espelho” que revela o Nam-myoho-rengue-kyo inerente na vida de cada pessoa. Embora esta Lei Suprema esteja dentro de cada um, é impossível evidenciá-la sozinho. Somente Nitiren Daishonin, por ser o Buda Original, pôde fazê-lo. E para todas as pessoas atingirem o estado de Buda, Daishonin incorporou sua própria vida ao Gohonzon. Na escritura “Resposta a Kyo’o”, Daishonin escreveu: “Eu, Nitiren, inscrevi minha vida em sumi, assim, creia no Gohonzon com todo seu coração. O coração do Buda é o Sutra de Lótus, mas a vida de Nitiren não é nenhuma outra senão o Nam-myoho-rengue-kyo.” (As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. 1, pág. 276.) Com essas palavras, ele incentiva a crer no Gohonzon existente dentro de cada um.É claro que o Gohonzon inerente em nossa vida não tem a mesma aparência do Gohonzon consagrado nos lares, porém, apesar de ser invisível aos olhos, possui o mesmo valor. Em outras palavras, existe em cada pessoa algo tão precioso e respeitoso como o próprio Gohonzon. Portanto, a fé no Gohonzon se dá em razão do quanto a pessoa preza sua própria vida.Takehisa Tsuji, dirigente veterano da Soka Gakkai, exemplifica a importância da fé no Gohonzon com as seguintes palavras: “Ao ver botões de cerejeira, o senhor pode pensar: ‘Que lindo!’ Os botões de cerejeira são algo externo e o prazer de achá-lo bonito surge de seu interior. Os japoneses, tradicionalmente, gostam de admirar a Lua. A Lua é algo externo, mas o sentimento de prazer é uma função interna. Os cd’s de música estão fora de nós, mas a sensação que produzem é uma experiência interna. Da mesma forma, quando se forma uma relação com o Gohonzon manifesta-se o estado de Buda de seu interior. Nós estabelecemos esse relacionamento por meio de nossa oração mental, verbal e física, em outras palavras recitando o Gongyo.” O senhor Tsuji complementa com a seguinte orientação:“Entre as pessoas que fazem o Gongyo, algumas alcançam imediatamente os benefícios, enquanto outras parecem receber muito pouco. Qual a diferença entre elas? A maior diferença está na oração com real convicção e alegria, seja qual for a circunstância em que se encontre. Quando uma pessoa ora com esse sentimento, o estado de Buda inerente manifesta-se na vida e ela recebe benefícios. Porém, enquanto orar relutantemente, não receberá os benefícios que almeja. Isso não é culpa de Nitiren Daishonin, mas da própria convicção e alegria da pessoa. Em outras palavras, quantos benefícios receberá depende de cada pessoa, e não do Gohonzon.”Sobre esse mesmo assunto, o presidente Ikeda enfatiza: “A Lei Mística é invisível. Apesar disso, não há dúvidas sobre sua existência. Nitiren Daishonin revelou o Supremo Objeto de Devoção, o Gohonzon, na forma de um mandala para extrairmos e manifestarmos o poder da Lei Mística de nossa vida. É por isso que o segundo presidente da Soka Gakkai, Jossei Toda, expôs esse fato de uma maneira fácil de compreender, dizendo: ‘Perdoem-me por utilizar uma analogia tão simples, mas o Gohonzon pode ser comparado a uma máquina de fazer felicidade.’Quando fazemos o Gongyo e o Daimoku diante do Gohonzon, o microcosmo de nossa vida individual entra em fusão com o macrocosmo do Universo.” (Brasil Seikyo, edição no 1.484, 14 de novembro de 1998, pág. 3.)Assim, vamos manifestar o potencial máximo inerente na vida, o estado de Buda, por meio de orações sinceras e repletas de convicção.

Frase do dia


"Não é um deus que julga as pessoas, mas é a própria pessoa que faz o julgamento de si mesmo." (Daisaku Ikeda)